quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dívida soberana agora ameaça a cultura italiana

Crise da dívida soberana só não ameaça a beleza soberana do Coliseu, na Itália

A crise financeira na zona do euro progride e assusta cada vez mais. O endividamento de países europeus – conhecido pelo pomposo nome de crise da dívida soberana – já colocou na UTI a Irlanda, Grécia e Portugal. Agora ameaça a Itália, berço de várias culturas e povos europeus. Os italianos têm um papel preponderante em questões culturais, diplomáticas, militares e políticas não só na Europa, mas em todo o mundo.
A Grécia é o berço da filosofia ocidental e também foi atingida fortemente pela crise do endividamento soberano. A Irlanda é um país rico culturalmente, com um povo que valoriza a alegria e as festas – parecidos com os brasileiros. Portugal, então, nem se fala. Os portugueses são nossos patrícios e a cultura deles, em muitos aspectos, entrelaça-se com a nossa. Portugal tem conseguido manter intacta sua dinâmica cultural (para ler sobre isso clique aqui).
Agora a crise econômico-financeira ameaça os italianos e a vasta cultura desse país, com o qual temos muita sintonia. Sobremaneira pelo legado dos imigrantes italianos que se aportaram principalmente em São Paulo, nos tempos da cultura do café.
Diversos movimentos artísticos e intelectuais, que se espalharam pela Europa e pelo mundo, como o Renascimento e o Barroco, tiveram origem na Península Itálica. Obras de Michelangelo, Leonardo da Vinci, Donatello, Botticelli, Fra Angelico, Tintoretto, Caravaggio, Bernini, Ticiano, Rafael, e tantos outros, contribuíram para o enriquecimento de movimentos culturais e artísticos em diversos países e são admiradas e reverenciadas até hoje.
No universo da música, tanto erudita quanto popular, a contribuição italiana é invejável. No âmbito da ópera já falamos aqui sobre Renata Tebaldi (clique aqui), dona de uma voz belíssima e que concorria com Maria Callas. O talento italiano passa também por Luciano Pavarotti, tenor lírico, e pela bela voz de Fiorenza Cossotto, considerada uma das melhores mezzosopranos do século XX.
Neste final de tarde de quarta-feira, em meio a toda essa crise da dívida soberana de tantos países ricos no âmbito cultural, ouvir a interpretação de Fiorenza Cossotto (foto acima) para a ária Voi Lo Sapete, da ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni, outro talento italiano, ajuda-nos a afugentar qualquer pensamento mais pessimista – pelo menos, com relação à cultura.


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