sábado, 29 de julho de 2017

Pequenos instantes, porque hoje é sábado


Instantes
Nadine Stair

Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.

Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um paraquedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo.


Instantes
José Carlos Camapum Barroso

Felicidade, uma constante
Derivada do instante
Que se perde no infinito.
Ecoar do próprio grito,
Na imensidão da noite,
Desperta no alvorecer.

O nascer e o renascer
De quem viu a escuridão:
Um dia, sim; outro, não.
Lusco-fusco do entardecer,
De repente, opõe à luz
Um ser postado em cruz...

A felicidade retorna... e vai.
O dia passa, a noite cai,
Como estrela cadente...

Como recolher de passarinhos
Ao ninho, depois do último canto.
O sereno encanto,
Da felicidade ao amanhecer.

Como o despertar do ser,
Na dimensão do próprio grito,
Na imensidão do Universo...

A vida segue os versos
Da eternidade do infinito.

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